[demetrios galvão]
a província diz não aos seus filhos,
é rude e árida, mesmo quando farta e molhada.
entoa liturgia de campo arrasado.
a província tem canto maldito.
não hospeda sementes em seu leito.
exporta desertos para quem mal diz sua sina.
a província é geografia esquecida.
nenhum coração palpita por seu mapa.
nas suas rotas corre sangue de matadouro.
a província deflagra dizimações.
cultiva um cemitério farto.
sisuda e quente, cozinha a própria cria.
(diálogo com o livro “entrega a própria lança
na rude batalha em que morra”
do poeta adriano lobão aragão)
a província diz não aos seus filhos,
é rude e árida, mesmo quando farta e molhada.
entoa liturgia de campo arrasado.
a província tem canto maldito.
não hospeda sementes em seu leito.
exporta desertos para quem mal diz sua sina.
a província é geografia esquecida.
nenhum coração palpita por seu mapa.
nas suas rotas corre sangue de matadouro.
a província deflagra dizimações.
cultiva um cemitério farto.
sisuda e quente, cozinha a própria cria.
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Demetrios Galvão, habitante da província de Teresina (PI), é historiador e poeta. Publicou os livros Cavalo de Tróia (2001), Fractais Semióticos (2005), Insólito (2011), Bifurcações (previsto para 2014) e o cd Um Pandemônio Léxico no Arquipélago Parabólico (2005). Participou do coletivo poético Academia Onírica e foi dos editores da AO-Revista (2011-2012). Tem poemas publicados em diversos portais e revistas. Atualmente é um dos editores da revista Acrobata.
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