[Martins Napoleão]
Martins Napoleão
As árvores aqui são tão altas
que as estrelas cansadas dormem nos seus galhos.
que as estrelas cansadas dormem nos seus galhos.
E há tanto silêncio nos seus vales
que o sol da tarde para, admirado, em cima das montanhas.
que o sol da tarde para, admirado, em cima das montanhas.
Os pássaros têm um canto tão bonito
que a madrugada nasce mais cedo para os ouvir.
E a noite é tão clara
que as almas pensam que seja um lago de se banharem.
que a madrugada nasce mais cedo para os ouvir.
E a noite é tão clara
que as almas pensam que seja um lago de se banharem.
Há tanta riqueza
que as águas mortas dos pauis brilham de noite
fabulosamente:
é um delírio tão grande como o da febre dessas águas.
que as águas mortas dos pauis brilham de noite
fabulosamente:
é um delírio tão grande como o da febre dessas águas.
A luz, de tão intensa,
atravessa a alma dos meus patrícios:
é por isso que há tantos poetas
na minha terra.
atravessa a alma dos meus patrícios:
é por isso que há tantos poetas
na minha terra.
[in Poemas da Terra Selvagem, 1940]
Martins Napoleão
[Benedito Martins Napoleão do Rego nasceu em União, PI, em 1903. Professor, poeta, jornalista e tradutor. Presidiu a Academia Piauiense de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro em 1981. O Cancioneiro Geral, 1981, reúne sua obra poética, composta, entre outros, por Copa de Ébano (1927); Poemas da Terra Selvagem (1940); Caminho da Vida e da Morte (1941) e Prisioneiro do Mundo (1953).]
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