ARAÚJO, Emerson. Címbalos, lutas e olhares. Teresina: Quimera, 2015.
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sem título
antes de cair
numa insensata apatia
venho de público
requerer junto a ti
um direito postulado pelo coração
o direito de ser
num finito espaço de tempo
teu animal de estimação.
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Esta presença ainda dói...
Na palma da mão a sombra a barulhar
Não é mar, nem onda
Apenas sombra
Fugacidade a toda prova
Labirinto, em mim só mais um cantar.
Esta lã de ovelha nova sobre a mesa
Não foi sonho nem som
Címbalo do homem que chora
Toalha vermelha em noite de alecrim
A pulsar na pele, azeitona, festim.
Ainda dói, esta presença...
Palavra dura no tear entre dedos
Na reviravolta da madrugada seca
No medo posto medo
Na manhã das manhãs
Que me corrói.
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Emerson Araújo é natural de Tuntum, interior do Maranhão. Professor de língua portuguesa, especialista em educação, jornalista, licenciado em Letras e bacharel em Direito. Fez a vida profissional e intelectual em Teresina, PI, onde lecionou em vários colégios da capital. Desde 2009, voltou a residir em sua terra natal, exercendo atualmente funções relativas ao magistério estadual e municipal. Autor de Vendedor de picolé; Companheiros de estrada; Topada; As pedras de Aurora; 16 movimentos acima da escuridão. Participou das antologias Baião de todos e Estas flores de lascivo arabesco.
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