Barrichello com as cores de Senna na cabeça |
A foto em questão foi tirada no GP do Brasil de
2011, em Interlagos, que assinalou a última corrida de Rubens Barrichello na F1,
após 19 temporadas. O capacete utilizado
homenageava Ayrton Senna, ídolo maior do automobilismo no país. Quando Ayrton
faleceu em 1994, correndo pela mesma equipe, Williams, em que Rubens disputou sua derradeira temporada, o jovem Barrichello, com apenas 21 anos, chamou para si responsabilidades superiores
a qualquer piloto brasileiro em atividade desde aquela época: atender à
expectativa de uma nação em luto pela perda de um herói e continuar um legado
de vitórias perpetrado por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e imortalizado por
Senna. Boa parte das ironias e chacotas dirigidas ao piloto nasceu, talvez de
maneira inconsciente, da frustração por não vê-lo responder a tais
expectativas. Esse início de carreira deixou suas marcas ao longo de toda sua
trajetória, e o que parecia uma página virada no mais experiente dos pilotos de
F1 em atividade na temporada de 2011 retorna na emblemática figura de seu
capacete (que é a verdadeira face de qualquer piloto): despede-se da F1 sob as cores
de uma demanda que não pôde cumprir (é certo que ninguém poderia) e carregando
um forte desejo de continuar tentando.
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