"O
amor também é uma resposta: por ser tempo e ser feito de tempo, o amor é,
simultaneamente, consciência da morte e tentativa para fazer do instante uma
eternidade. Todos os amores são desditosos porque todos são feitos de tempo,
todos são o nó frágil de duas criaturas temporais e que sabem que vão morrer;
em todos os amores, mesmo os mais trágicos, há um instante de felicidade a que
não é exagerado chamar sobre-humana: é uma vitória contra o tempo, um
vislumbrar o outro lado, esse além que é um aqui, onde nada muda e tudo o que é
realmente é."
Octavio Paz
[In A chama Dupla, amor e
erotismo. Lisboa: Assírio & Alvim, 1995. página 153.]
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