assim sutil recompõe no olhar teu traço que vislumbra

[adriano lobão aragão]





assim sutil recompõe no olhar teu traço que vislumbra
umbra de teu corpo concreto sutil e preciso mar
onde teu ser está no traço que meu olhar desnuda

no gesto que impunha sem que devolva qualquer olhar
nua está na veste que te vista na umbra que te cubra
assim compõe tua figura no estar no vestir no andar

mesmo onde teu ser não está teu traço meu ver vislumbra
estará sempre presente e nua onde meu olhar olhar



[in Yone de Safo, 2007]

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