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editorial



Em vez de mergulhar nas águas do Parnaíba, parece que os editores de dEsEnrEdoS preferiam aquelas do mítico Lethe, o rio do esquecimento: na edição anterior completáramos 1 ano de existência, mas ninguém se lembrou  de mencionar esta modesta vitória! Fica, então, o registro atrasado de uma conquista cultural que, sem as facilidades da internet e o desprendimento de muitos colaboradores, seria impensável.

Esta edição não foge ao ideário, forjado já na primeira edição, de julho de 2009, de se calcar numa “linha editorial [...] aberta e plural, primando, sobretudo, pela qualidade dos trabalhos”. A abundância de textos que recobrem esta edição – em quantidade e, sobretudo, em qualidade – impede comentários mais pontuais. Venhamos, então, a uma panorâmica. Akira Kurosawa, cujo primeiro centenário se comemora este ano, comparece num generoso ensaio panorâmico de Roberto Acioli; a poesia alemã contemporânea protagoniza o espaço destino à tradução; Jorge Amado é lembrado no percuciente artigo de Durval Muniz de Albuquerque, pesquisador prolífico e bastante lembrado pelo instigante A invenção do Nordeste, do qual este trabalho sobre o escritor baiano certamente deriva. Na seção de entrevista, sondamos vários poetas contemporâneos, de várias latitudes e inclinações, com cinco perguntas de máxima urgência para quem deseja pensar o papel do poeta e da poesia hoje; as respostas oferecem um painel límpido e denso da questão, e devem interessar a todos que estudam ou poetam neste país. Esse painel do “estado da arte” da poesia é complementado por um arguto ensaio de Carlos Felipe Moisés. Manuel Iris é a vozhermana que demonstra a força da poesia jovem na América Latina, especialmente a de seu país, o México. Desfilam ainda em nossas páginas reflexões sobre Graciliano Ramos, Jorge Luis Borges, Machado de Assis e o cineasta Carl Dreyer, um dos grandes de sua arte. Enfim, difícil é enumerar sem cometer injustiças. Confira o próprio leitor essas ou outras oportunidades de reflexão que lhe são oferecidas!

Esta edição é dedicada a um homem que, com sua arte, encurtou a distância entre o Ocidente e o Oriente; um homem que costumava dizer: ‘"O ocidental e o japonês convivem lado a lado em minha mente, sem o menor sentimento de conflito". à memória de Akira Kurosawa (1910-1998), pelo seu primeiro centenário.

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