Boas revistas, eletrônicas ou não, precisam errar. Errar – tentar, testar, “make it new” – é a condição necessária para se ver brotar boas idéias. Geralmente, em nossa tradição das humanidades, quando um autor recolhe um texto para um livro, este texto já errou antes por revistas e sítios, já foi testado, o autor já pôde avaliá-lo com mais distanciamento. A idéia, enfim, já foi mais ou menos domada. Olhando o conjunto de textos que ora se publica neste terceiro número de dEsEnrEdoS, tão diferentes entre si – seja pela perspectiva teórica, seja pelo gênero textual – o que se constata é esta vontade saudável de errar, de assumir riscos, de explorar novos flancos, de desbastar plagas esquecidas. Isto faculta à dEsEnrEdoS o status de periódico responsável e utilidade pública. E o mérito, talvez seja ocioso dizê-lo, o mérito cabe muito pouco aos editores, devendo ser delegado a todo um batalhão de figuras desprendidas que empenharam seus esforços intelectuais a fim de fomentar diálogos. E já que se falou tanto na arte de errar, os editores gostariam de dedicar este número à memória de um jovem de larga generosidade, que errou muito pelas sendas da literatura: Rodrigo de Souza Leão (1965-2009).
Os Editores
[revista dEsEnrEdoS - ISSN 2175-3903 - ano I - número 3 - teresina - piauí - novembro/dezembro de 2009]
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