- Publicado em amálgama #6, março de 2008
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Sebastião Edson Macedo nasceu em 1974 em Floriano, interior do Piauí.
Mora atualmente no Rio de Janeiro, onde publicou o livro cego puro sol
na antologia 8 poetas (UFRJ / FL, 2004)
e para apascentar o tamanho do mundo (Oficina Raquel, 2006).
- Os poemas a seguir foram extraídos de para apascentar o tamanho do mundo.
PÓRTICO
uma parte de ti eu reconheço porque se repete
duas ou três cadeiras para a mesma janela
um ou outro degrau de diferença
na medida em que corres à prosa
mesmo assim tu insistes em te sentar diante do sol
da água da flor da pedra
insistes em dar uma cor ao momento como se
bastasse a cadência
bastasse de ti apenas a temperança
o outro
eu te pergunto se é esse o laurel
e se tocas sempre assim aquilo que repartes em sílabas
e pássaro
porque outra parte de ti eu não posso supor pela ponta
nem alcançar através do silêncio
posto que não há silêncio quando tu abres o caderno
e arrastas as cadeiras
na tua glosa escusa
escusa
_________
eu abro os rolos do vento no teu ouvido
e na flor muito lenta trabalho
não o seu sentido para o perfume
que invade o teu presente e te arrasta
mas o seu poder de chão que permanece
mesmo no vôo do pólen na raça
do espinho
e na couraça de água que desgarra e une
muitos
nossos dias
cheios de urgências despertadas
por estes mesmos perfumes
súbitos anzóis
eu moro uma palavra em tua mão peregrina
_________
AMÊNDOAS SECRETAS
soletra amêndoas secretas
para que eu me deite em tua boca
onde películas incendiadas
e âmbar
o meu fulgor
soletra
que desmaiam orquídeas
avançam vazantes no corpo
levam
soletra
para que eu descubra aonde
e beba
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Sebastião Edson Macedo nasceu em 1974 em Floriano, interior do Piauí.
Mora atualmente no Rio de Janeiro, onde publicou o livro cego puro sol
na antologia 8 poetas (UFRJ / FL, 2004)
e para apascentar o tamanho do mundo (Oficina Raquel, 2006).
- Os poemas a seguir foram extraídos de para apascentar o tamanho do mundo.
PÓRTICO
uma parte de ti eu reconheço porque se repete
duas ou três cadeiras para a mesma janela
um ou outro degrau de diferença
na medida em que corres à prosa
mesmo assim tu insistes em te sentar diante do sol
da água da flor da pedra
insistes em dar uma cor ao momento como se
bastasse a cadência
bastasse de ti apenas a temperança
o outro
eu te pergunto se é esse o laurel
e se tocas sempre assim aquilo que repartes em sílabas
e pássaro
porque outra parte de ti eu não posso supor pela ponta
nem alcançar através do silêncio
posto que não há silêncio quando tu abres o caderno
e arrastas as cadeiras
na tua glosa escusa
escusa
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eu abro os rolos do vento no teu ouvido
e na flor muito lenta trabalho
não o seu sentido para o perfume
que invade o teu presente e te arrasta
mas o seu poder de chão que permanece
mesmo no vôo do pólen na raça
do espinho
e na couraça de água que desgarra e une
muitos
nossos dias
cheios de urgências despertadas
por estes mesmos perfumes
súbitos anzóis
eu moro uma palavra em tua mão peregrina
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AMÊNDOAS SECRETAS
soletra amêndoas secretas
para que eu me deite em tua boca
onde películas incendiadas
e âmbar
o meu fulgor
soletra
que desmaiam orquídeas
avançam vazantes no corpo
levam
soletra
para que eu descubra aonde
e beba
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