- Publicados em amálgama #6, março de 2008
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Adriano Lobão Aragão nasceu em Teresina, 1977.
É poeta e professor, autor de Uns Poemas (FCMC, 1999),
Entrega a Própria Lança na Rude Batalha em que Morra (Fundac, 2005)
e Yone de Safo (amálgama, 2007).
- Os poemas a seguir foram extraídos de Joana, que bebe os ventos, primeira parte de Entrega a Própria Lança na Rude Batalha em que Morra.
[06]
nas calçadas alinhados os fícus
disciplina militar uniforme
não de seu verde mas de sentinelas
assim alinhadas pelas calçadas
a sol e chuva segue sua vigília
agora sendo vigília velório
diferente dos que seguem ao enterro
mas estas sentinelas permanecem
em seus rígidos postos espartanos
o próprio enterro os pés antecipando
_____________
[07]
nem úmido nem líquido falar
quando ao banho de passarinho olhamos
se de areia se faz sua água e seu molhar
mas ainda assim se seca em seco banho
nem úmido nem líquido falamos
quando ao banho de passarinho olhar
se de areia faz a água de seu banho
mas ainda em seco seca o seu molhar
_____________
[09]
senhora teu promontório se alteia sempre perene
por estes terrenos tende rude tarde de velório
tempo preso no relógio pelos séculos se estende
pela terra em tua frente estas mulheres a juntar
toda lenha que encontrar a força servil desta gente
que a todo custo empreende a manutenção neste altar
senhora estendido o altar além do alto promontório
encravado em pedra e ócio de mil mulheres sem lar
nos terrenos juntar para todo santuário o óleo
como sina e ofertório estando apenas aqui sentada
oferecendo aziaga aos amigos hinos e chá
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Adriano Lobão Aragão nasceu em Teresina, 1977.
É poeta e professor, autor de Uns Poemas (FCMC, 1999),
Entrega a Própria Lança na Rude Batalha em que Morra (Fundac, 2005)
e Yone de Safo (amálgama, 2007).
- Os poemas a seguir foram extraídos de Joana, que bebe os ventos, primeira parte de Entrega a Própria Lança na Rude Batalha em que Morra.
[06]
nas calçadas alinhados os fícus
disciplina militar uniforme
não de seu verde mas de sentinelas
assim alinhadas pelas calçadas
a sol e chuva segue sua vigília
agora sendo vigília velório
diferente dos que seguem ao enterro
mas estas sentinelas permanecem
em seus rígidos postos espartanos
o próprio enterro os pés antecipando
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[07]
nem úmido nem líquido falar
quando ao banho de passarinho olhamos
se de areia se faz sua água e seu molhar
mas ainda assim se seca em seco banho
nem úmido nem líquido falamos
quando ao banho de passarinho olhar
se de areia faz a água de seu banho
mas ainda em seco seca o seu molhar
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[09]
senhora teu promontório se alteia sempre perene
por estes terrenos tende rude tarde de velório
tempo preso no relógio pelos séculos se estende
pela terra em tua frente estas mulheres a juntar
toda lenha que encontrar a força servil desta gente
que a todo custo empreende a manutenção neste altar
senhora estendido o altar além do alto promontório
encravado em pedra e ócio de mil mulheres sem lar
nos terrenos juntar para todo santuário o óleo
como sina e ofertório estando apenas aqui sentada
oferecendo aziaga aos amigos hinos e chá
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