“Deve-se escrever despretensiosamente, sem esperar recompensas”

foto: Acessepiauí

“Deve-se escrever despretensiosamente, sem esperar recompensas”
7.ª pergunta para WELLINGTON SOARES


Colégio São Francisco de Sales – DIOCESANO
Prof Adriano Lobão Aragão

Aluno – 7ª série
Marcos Egidio


Wellington Soares de Jesus nasceu em 1958, em Teresina. Professor, cronista e contista. Participa da organização do Salão do Livro do Piauí – Salipi, da Fundação Quixote e da Civitas. Editou “A Linguagem dos Sentidos” (contos, 1992), “Maçã Profanada” (contos, 2003) e “Por Um Triz” (crônicas, 2007).


Quando foi que você percebeu que tinha talento para escrever?
Na verdade, nem eu mesmo sei se tenho talento para escrever, mas foi uma coisa que foi brotando naturalmente. Com o passar do tempo comecei a ler e a gostar de escrever também, e isso foi se fortalecendo cada vez mais.

Como se deu a elaboração de sua primeira obra?
Minha primeira obra foi “A Linguagem dos Sentidos”, lançada em 1992. É um livro de contos, uma obra ficcional, com vários aspectos interessantes. Teve uma ótima repercussão do Piauí a Minas Gerais.

Existe alguma pessoa que lhe ajudou durante sua carreira ou você fez uma carreira sem ajuda ou conselhos?
É impossível alguém fazer uma carreira sem ajuda, mas verdadeiramente quem me ajudou foram os autores que li, e que marcaram minha vida com o diálogo entre eles. Um diálogo coletivo entre amigos também foi uma ótima ajuda.

Você se inspira em algum autor para fazer suas obras?
Sim. Na verdade, um autor tem como inspiração os vários autores que leu e, é lógico, o desejo de comunicar-se, de retratar um problema, uma história ou uma solução possível para um problema, ainda que imaginário. Cito alguns dos vários autores que muito me influenciaram, como: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Rubem Braga, Dalton Trevisan, Carlos Drummond de Andrade, Mário Faustino.

O que você sugere para as crianças que têm interesse em seguir a carreira literária?
Praticar, ter consciência que se deve escrever por prazer e vontade, e que escrever é um ato solitário. Que nunca se pode escrever movido a dinheiro ou fama. Deve-se escrever despretensiosamente, sem esperar recompensas.

Como você consegue conciliar a atividade literária com outras atividades profissionais?
Como é muito difícil sobreviver apenas da literatura, não tenho a atividade literária como exclusiva, mas as outras atividades se complementam, e não coloco nenhuma atividade superior à outra. Eu me sustento mesmo é com meu trabalho de magistério.

Na sua concepção, como poderíamos incentivar a literatura piauiense?
Já melhorou bastante. Eu acho que devem adotar livros de autores piauienses para que as crianças conheçam nossa cultura, bem como ser adotada a literatura piauiense nas escolas, além do incentivo dos pais, pois a leitura faz bem ao próprio desenvolvimento do cidadão. Tirando-os da TV e do computador e incentivando a leitura, estará contribuindo para o crescimento moral e intelectual do seu filho. Além disso, os dirigentes deveriam construir bibliotecas espalhadas por toda a cidade, isto disseminaria o hábito de ler. O Salipi, por exemplo, é uma grande ajuda para divulgação da literatura piauiense.

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