Em agosto de 2004 publicamos a quinta edição de amálgama. Como editores, contamos com: Adriano Lobão Aragão, Alexandre Bacelar, Dílson Lages Monteiro, Herasmo Braga, Ranieri Ribas, Sérgio Batista, Washington Ramos e Wanderson Lima.
Nas postagens subsequentes, reproduziremos o conteúdo publicado em nossa quinta edição.
EDITORIAL
Como qualquer publicação independente do ramo literário, amálgama chegou ao quarto número praticamente se arrastando. O motivo, claro, a falta de recursos. Foram quatros números, de 2002 pra cá, editados com uma apresentação gráfica quase ao estilo de fanzine e com uma tiragem modestíssima que, não obstante, provocaram debates, incitaram ânimos, dividiram opiniões, enfim, cumpriram um papel social de alguma relevância.
O quinto número, que ora se edita, traz algumas modificações significativas e reafirma algumas posições já antes defendidas. A modificação mais visível é que amálgama passa, deste número em diante, a ser um jornal. Isso tornará mais prática sua difusão, barateará o preço ao público e irá nos permitir estabelecer uma periodicidade fixa, bimestral. Outra modificação significativa é a ampliação dos participantes que, felizmente, romperam as fronteiras do nosso Estado.
Dentre as posições que gostaríamos de reafirmar, ressaltaremos, para evitar delongas, apenas duas: a recusa do bairrismo enclausurante – verdadeiro cancro da cultura literária piauiense – e o sentido de abertura à pluralidade de opiniões. Abertura à pluralidade, aliás, que não significa ausência de critério – há, sem dúvida, entre as pessoas que a revista congrega, coordenadas comuns, pontos de convergência, mas amálgama não se constitui um grupo stricto sensu, como alguns querem. amálgama, como tantas outras publicações espalhadas pelo país, nasceu remediada contra as utopias vanguardistas policialescas e unitárias, que professavam (ainda professam!), em quase receituários, a forma certa de se fazer um poema e de dialogar com a tradição. Comungamos, dessa forma, com o que disse o amigo e colaborador Rodrigo Petronio em entrevista concedida a Floriano Martins: “Todas as maneiras de abordar o passado são criticáveis, devem ser, como tudo. Mas acreditar que elas sejam excludentes é algo que só colabora para o benefício da exclusão e não do espírito”.
Aqui se inicia, pois, uma nova etapa de amálgama.
Os Editores
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