- Publicado originalmente em amálgama #3, maio de 2002.
Oráculo
[Paulo Machado]
Malditos sejam o sangue e o sêmen
do Alcaide que fez recobrir
de asfalto e desonra os paralelepípedos
das ruas e becos da cidade de Oeiras.
Condenados ao escárnio
sejam os habitantes da cidade de Oeiras
que silenciaram ante o vilipêndio
dos paralelepípedos das ruas e becos imemoriais.
Ressoavam nos paralelepípedos
das ruas e becos da cidade de Oeiras
passos e acordes de bandolins
dos cortejos, procissões e folguedos,
sob os olhos das sinhazinhas
nas janelas dos sobrados coloniais.
Nas noites de lua nova,
a escrava Esperança Garcia
ressurgirá das brumas
no comando de uma falange
de negros rebelados
a empunhar uma machadinha de Xangô.
Abrirá fendas no asfalto profanador
de onde brotarão os paralelepípedos
que guardaram as pegadas
do Mestre Possidônio Queiroz.
A cidade de Oeiras ouvirá o som
dos atabaques de Iansã
no Morro do Rosário.
Oráculo
[Paulo Machado]
Malditos sejam o sangue e o sêmen
do Alcaide que fez recobrir
de asfalto e desonra os paralelepípedos
das ruas e becos da cidade de Oeiras.
Condenados ao escárnio
sejam os habitantes da cidade de Oeiras
que silenciaram ante o vilipêndio
dos paralelepípedos das ruas e becos imemoriais.
Ressoavam nos paralelepípedos
das ruas e becos da cidade de Oeiras
passos e acordes de bandolins
dos cortejos, procissões e folguedos,
sob os olhos das sinhazinhas
nas janelas dos sobrados coloniais.
Nas noites de lua nova,
a escrava Esperança Garcia
ressurgirá das brumas
no comando de uma falange
de negros rebelados
a empunhar uma machadinha de Xangô.
Abrirá fendas no asfalto profanador
de onde brotarão os paralelepípedos
que guardaram as pegadas
do Mestre Possidônio Queiroz.
A cidade de Oeiras ouvirá o som
dos atabaques de Iansã
no Morro do Rosário.
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