amálgama #2 - homenagem - Jônatas Batista




- Publicado originalmente em amálgama #2, fevereiro de 2002.



Jônatas Batista nasceu no povoado Natal (atual Monse-nhor Gil) em 18 de abril de 1885. Auto-didata, teatrólogo, conferencista, poeta e jornalista, foi um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras, onde ocupou a cadeira de número 07, cujo patrono é seu avô, David Moreira Caldas. Sua atividade jornalística em Teresina foi intensa. Escreveu para os jornais Tribuna Operária, A Palavra, Aurora, O Nordeste, Diário do Piauí, entre outros. Colaborou também com as revistas de arte Alvorada e Litericultura. Suas obras poéticas são Sincelos, 1907; Maio, 1908 e Alma sem rumo, 1934. Desempenhou papel importantíssimo no desenvolvimento do teatro piauiense. Escreveu peças como Jovita ou a heroína de 1865; Mariazinha; Frutos e frutas e O coronel pagante. Pertenceu à Sociedade de Autores Teatrais do Rio de Janeiro. Morreu em São Paulo, a 15 de abril de 1935.




Aos Tristes
[Jônatas Batista]

Escrevo para vós, almas tristes, vencidas,
Exaustas de sofrer e de viver cansadas;
Ermas de sonho e fé, sem destino, perdidas
Num pesadelo atroz de esperanças finadas.

São múrmuras canções; são rimas repetidas,
Pelas vozes do vento às praias atiradas...
Escrevo-as para vós, almas desiludidas,
Prisioneiras da sombra, eternas torturadas.

Para vós, para vós, ó corações descrentes!
Os versos que escrevi nas horas de amarguras,
Os versos que eu tracei, em trínulos gementes...

Fi-los por mim, por vós... Por todo aquele que erra,
Perdidamente, só, nas planícies escuras,
Pelas noites sem fim das vastidões da terra...

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